Os empresários paulistas, que comandaram a batalha para a derrubada no Congresso da CPMF, o imposto do cheque, parecem agora mais escolados nesse tipo de refrega, e por isso mais confiantes em que resultará derrotada a nova tentativa de se restabelecer, ainda que com outro nome, o imposto do cheque.
Na condição de Presidente da FIESP, Paulo Skaf é o mais credenciado para em, nome do empresariado paulista, dizer o que disse hoje numa entrevista à Rádio Eldorado, do Grupo Estadão.
Segundo a Agencia Estado, que repercutiu a entrevista, Paulo Skaf toma como argumentos os números divulgados pela Receita, que mostraram crescimento superior a R$ 30 bilhões da arrecadação neste início de ano sobre o mesmo período de 2007.
"Já é o equivalente a uma CPMF e a projeção para o ano todo é de crescimento de R$ 80 bilhões, o que dá duas CPMFs sem necessidade de recriar o imposto", afirmou o presidente da Fiesp.
Segundo Skaf, o comportamento positivo da arrecadação, mesmo após o fim da CPMF, não é uma surpresa. "Nós dizíamos que não haveria catástrofe nas contas do governo", afirmou. Pelo contrário, observa o dirigente empresarial, "em vez de catástrofe, recebemos o grau de investimento".
Em sua opinião, as agências de rating teriam reagido bem ao fato de o País ter conseguido manter as contas em ordem sem o imposto. "Ganhamos mais credibilidade", destacou.
Skaf considera que nem mesmo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está impedindo bons resultados fiscais. "O PAC gera pouco gastos da União, é mais investimento do setor privado e das estatais".
O presidente da Fiesp considera que a carga tributária brasileira, estimada em 38% do PIB, já é muito alta em relação a outros países emergentes. Ele lembrou que países que crescem mais do que o Brasil, como Peru, Argentina e Chile, possuem carga menor.
No Peru, seria de 17% e na Argentina, de 22% do PIB. No Brasil, a carga de 38% ainda não seria o peso real sentido pela sociedade.
"Se contarmos que as pessoas ainda precisam gastar com saúde e educação, a carga verdadeira sobe a 40%", disse o presidente da Fiesp. "A sociedade não aceita de forma alguma a criação de novos impostos ou o aumento de alíquotas", enfatizou.
Skaf também se mostra contra a hipótese de uma nova elevação da Selic na reunião do Copom desta semana. Para o mercado, a taxa subirá entre 0,50 ponto percentual (PP) e 0,75
pp. "É lamentável", afirmou ao comentar estas estimativas.
Ele argumenta ainda que a pressão inflacionária observada hoje é mundial. A maioria dos países emergentes estaria com a inflação acima do teto da meta, o que não é o caso do Brasil.
Quanto ao argumento de que a alta dos juros seria necessária para segurar o consumo, Skaf ponderou que é a demanda que atrai os investimentos necessários ao crescimento do País.
No entanto, Skaf fez questão de ponderar que não é a favor de uma política quer permita a volta da inflação. "Não queremos nem ouvir falar de volta da inflação".
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